Se baseando no universo comercial, sabemos que muitas empresas pregam a importância da expressão da diversidade e humanização na gestão inteligente das organizações. Outro ponto importante é o de reconhecer o poder dos públicos, em especial dos funcionários, é determinante para o sucesso da organização, porém, o que podemos identificar é uma padronização das pessoas em públicos personalizados em diversas categorias.
O corpo do funcionário passou a representar e constituir a marca, a imagem e reputação organizacional, sendo assim, deve ser flexível e se adaptar à filosofia da empresa. A pessoa precisa se personalizar e despersonalizar de acordo com a cultura da organização, ou seja, deve adotar desde a postura estética, como roupas, até os valores e as crenças para que possa se sentir pertencido e engajado no cumprimento do propósito da organização.
O processo de despersonalização se dá em várias camadas, ela deixa a sua subjetividade como pessoa e passa a despersonalizar e personalizar vários papéis como empregado, ser humano e cidadão.
Como exemplo irei usar um gerente de banco, que ao entrar na empresa precisou se adaptar aos padrões exigidos lá. O funcionário precisa cumprir algumas regras, tais como: não ter cabelo comprido, não usar brincos, usar roupas sociais etc. Na parte pessoal, não é permitido que o nome esteja “sujo” e tenha outra empresa ou sociedade, essas são coisas que vão contra as regras da instituição.
O funcionário passou boa parte de sua vida trabalhando lá, e pouco tempo antes de se aposentar é mandado embora, como que ele se sente? A pessoa não sabe o que fazer diante dessa situação, pois passou a vida toda “vestindo a camisa da empresa” (na qual foi demitido), respeitava todas as regras, acreditava no discurso que era passado e na personalização do seu cargo e ainda se sente culpado por conseguir dormir aliviado sabendo que não terá mais que participar de calls diários.
Como ter esse sentimento de alívio se agora era um desempregado? Tudo isso o despersonalizou como pessoa, e no fim acaba sofrendo e não sabendo mais nem quem ela é.