Estamos em constantes trocas com o ambiente em que vivemos, principalmente no âmbito profissional no qual passamos grande parte dos nossos dias. Essas trocas de informações podem nos moldar e muitas vezes nos forçam a suprir expectativas.
Quando dizemos expectativas, não restringimos a ganhos materiais, mas também ao controle das emoções. Emoções contrárias às esperadas, bravura e alegria, não são vistas como aceitáveis no ambiente empresarial, o que implica em uma pressão adaptativa permanente na direção das emoções “autorizadas” e supressão das “não-autorizadas”, evidenciando ao longo do tempo um cenário estressante.
Adaptar-se é inevitável. Tratados como um corpo-recipiente, que comporta informações, podemos trabalhar por um longo período nas mesmas condições, mas não nos sustentamos por muito tempo nestas relações e acabamos por adoecer.
O corpo tende a demonstrar a sua discordância, manifestando assim as doenças e dificuldades no dia a dia de trabalho. Cada vez mais vemos casos relacionados a síndrome do pânico ou a depressão, entre outras similaridades, independente dos modelos empresariais de gestão.
Cabe a nós entender os princípios que impulsionam e sustentam o tipo de gerenciamento que guiam cada vertente de nossas vidas. Somente uma reflexão crítica em torno do papel do corpo nesta trama pode colaborar com as transformações que agora se fazem urgentes e necessárias na vida e nas relações de trabalho.